quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Caros e caras

O Natal e o Ano Novo já passaram e creio que há muito tempo atrás já fiz uso deste poema. Se o usei, foi em época similar a esta e também para compor uma mensagem de fim de ano. Se o fiz, juntei ao poema uma pintura ou desenho de Helena, como faço agora.

Um fugaz traço de memória me diz que, então, me fixei em um verso do poema: aquele que fala do pão. Hoje, atento para os versos finais. Desejo que no próximo ano, na vida de todos, possa, enfim, "o ferro comer a ferrugem, o sim comer o não”.

Cartão de Natal

João Cabral de Melo Neto

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Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de vôo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:

que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.

Abraços a todas e todos

José Antonio Küller

Um comentário:

  1. Querido amigo:
    Obrigada pelo poema e pela ilustração. Ambos lindos!
    Um abraço,
    Emília.

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