Um fugaz traço de memória me diz que, então, me fixei em um verso do poema: aquele que fala do pão. Hoje, atento para os versos finais. Desejo que no próximo ano, na vida de todos, possa, enfim, "o ferro comer a ferrugem, o sim comer o não”.
Cartão de Natal
João Cabral de Melo Neto
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de vôo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
Abraços a todas e todos
José Antonio Küller
Querido amigo:
ResponderExcluirObrigada pelo poema e pela ilustração. Ambos lindos!
Um abraço,
Emília.